Yolanda Space

terça-feira, junho 28, 2016


Por onde quer que vá, vais comigo…
Já não saberia viver sem ti, sem a tua constante presença.
O mundo, como fisicamente o conheço, é tão pouco para mim, embora eu saiba que tudo existe e que tudo se combina. Ou talvez eu seja pequena para tanta grandiosidade. Não entendo a maior parte dos comportamentos. Os avós já não fazem o que fizeste, as mulheres já não são mais matriarcas e o amor já não é o mesmo. O mesmo que sentes por mim e que eu sinto por ti.
Existes em mim, arquétipo em mim, minha matriarca, meu símbolo e minha gente.

Leva-me a sentir os meus pés novamente no granito da tua casa, ou no húmus do teu quintal. Deixa-me debruçar os meus braços no muro da quinta e olhar a imensão do verde Osseliano. Vó  que saudades eu tenho de ti, tantas mas tantas que nunca ninguém me encheu desta nostalgia ou deste amor. Ergue os meus pés e leva-me a voar no teu sonho. Estou pronta…

sexta-feira, junho 24, 2016

As minhas viagens, só ou acompanhada, começam a tornar-se excessivamente épicas. Na minha viagem ao Canadá e, especificamente, na minha visita a Niagara Falls, vivenciei mais um momento extraordinário da minha vida. Á chegada, e este momento é exatamente aquele em que a catarata semilunar, como lhe chamo, se evidencia em toda a sua brutalidade como que sou imediatamente arrebatada pela sua existência. Niagara Falls apresenta-se, para mim, com uma brutalidade fantástica. Como que impossível de ignorar. Sou imediatamente apelada visualmente a este cenário. Contudo, à medida que me vou aproximando como que me vou deixando cativar. As sensações são distintas, estando mais ou menos próxima da catarata. Para mim, mais que um jorro constante de água límpida, pura e cristalina, gera-se um clima de luminosidade e magia ímpar. Tantas pessoas que definem esta paisagem como indescritível e, com certeza, também o será para mim. Nem sei se tenho essa pretensão. Contudo, não consigo escrever acerca do quer que seja sem em primeiro lugar falar deste amor que me perpetuará. Logo que me sinto arrebatada pela catarata semicircular que se encaixa num lugar onde parece acabar o mundo, como se toda aquela quantidade de água que corre a uma velocidade e pressão tremendas, saísse de nenhures e nunca mais terminasse... Os olhos consomem-se com tanta brutalidade e beleza. Tenho tanta dificuldade de gerir em mim tudo o que sinto que me fecho terminantemente a tudo o que vem de fora para processar esta imagem. Como que toda eu estou a viver este momento arrebatador. É de tal forma impressionante que fecho os olhos e continuo a ver toda esta grandiosidade, beleza infindável e brutalidade enormes. À medida que me vou aproximando e sentindo a pureza das águas, o som que ecoa em mim como um turbilhão de emoções, a luz infindável e a humidade que se faz sentir vou também experienciando momentos de extrema paz interior. Saboreio cheiros perfumados, aromatizados à medida que vou percorrendo o passeio que ladeia este jorro infindável de água. Cheiros adocicados de plantas e vegetação que vão vivendo deliciados nas margens. As aves vão bebericando a doce chuva que nos vai acariciando a pele e acolhendo as migalhas que apanham aqui e ali os turistas vão deixando. Alimentam-se aos bochechos de neblina e beleza. O gritante apelo das gaivotas... ou apenas uma ligeira conversa que aos meus ouvidos parece ser gritante e desesperada. Ossos do ofício de se ser demasiado humanizado e carente de asas. Meus olhos param nesta brutalidade, de tal forma que não sei se choro da neblina ou da emoção perante este cenário. Neste local onde repousam os meus olhos, repousa também a minha infinidade de pensamentos e todas as minhas histórias. Parou aqui a minha vida, apenas para apreciar a verdadeira mão do Criador.